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Por que usar Comunicação Não Violenta no trabalho e como desenvolver essa habilidade?

Mulheres utilizam comunicação não violenta para conversar no trabalho

Veja como a comunicação não violenta pode ajudar a navegar por situações de conflito na vida pessoal e profissional. 

Você já ouviu falar em Comunicação Não Violenta (CNV)? Muitas vezes, sem querer, ou pela força do hábito, as pessoas acabam machucando colegas de trabalho, amigos e familiares com suas palavras, gestos ou atitudes.

A CNV tem como base combater a famosa expressão “palavras e gestos machucam”. É um ato de empatia de tentar entender o que o outro sente ou está passando antes de colocar a sua opinião.

O conceito do CNV ainda está muito abstrato? Calma, se você quer saber mais sobre o tema e como se comunicar melhor com as pessoas, seja na vida pessoal ou profissional, acompanhe nosso post!

O que é Comunicação Não Violenta (CNV)?

Comunicação Não Violenta é um conceito criado por Marshall B. Rosenberg, psicólogo americano, na década de 60, e compreende as competências de saber ouvir, interpretar e falar. Não por acaso, a CNV também é chamada de “comunicação empática” ou “comunicação compassiva”. 

Em seu livro “Comunicação Não Violenta — técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, Rosenberg define a CNV como uma forma de comunicação que nos leva a nos entregarmos de coração. 

Como assim? 

Na visão do psicólogo, a Comunicação Não Violenta ajuda a reformular a maneira pela qual nos expressamos e também ouvimos o que os outros dizem. 

Em outras palavras, trata-se de um exercício de ouvir atentamente o que o outro está dizendo. Tentar se colocar na situação do interlocutor (a chamada empatia) e colocar a nossa opinião de uma maneira assertiva sem que ninguém se sinta maltratado, ofendido. 

A ideia é que a gente possa se expressar com honestidade e clareza e, ao mesmo tempo, ouvir os outros com atenção, respeito e empatia. 

Mas isso leva tempo, certo? Sim, veremos a seguir como podemos, aos poucos, incorporar elementos do CNV no nosso dia a dia. Mas antes daremos uma olhadinha na relevância do tema!

Qual é a importância da CNV?

Infelizmente, a maioria de nós foi educada para competir, julgar, exigir e se comunicar de forma impositiva. A minha opinião está sempre acima das demais. Vemos muito isso hoje, especialmente, nas redes sociais, certo? A grande relevância da comunicação empática é desconstruir esse sistema. 

Sim, pessoas estão usando as habilidades de CNV para transformar conflitos em relações harmônicas, construindo conexões, onde as necessidades de todos sejam atendidas 

Portanto, além de melhorar sua comunicação no trabalho de forma geral, o uso de técnicas de CNV vai te ajudar a 

  • falar de uma forma que inspire compaixão e compreensão;
  • iniciar conversas difíceis com mais facilidade e confiança;
  • permanecer centrado e tranquilo ao ouvir mensagens difíceis;
  • transformar a raiva em palavras seguras, respeitosas e ponderadas;  
  • traduzir críticas, julgamentos e culpa em mensagens positivas;
  • resolver conflitos de longa data e até curar relacionamentos dolorosos;
  • inspirar os outros a mudar seu comportamento voluntariamente.

Quais são os 4 pilares da CNV? 

Agora que você já sabe o que é e a importância da comunicação não violenta, que tal dar uma olhadinha nos 4 pilares da CNV: observação, sentimento, necessidades e pedido? 

Observação

O primeiro componente consiste em observar o que de fato está acontecendo em uma situação. 

A dica de Rosenberg é entender o que agrada – e o que não agrada – naquilo que as pessoas estão falando ou fazendo. 

Sentimento

O segundo passo é bem correlacionado com algumas práticas de inteligência emocional: identificar como você se sente naquela situação. Você está magoado(a), assustado(a), alegre, irritado(a), animado(a)? É importante dar nome ao que você estiver sentindo.

Necessidades

O terceiro componente é quais das suas necessidades estão ligadas aos sentimentos que foram identificados. Rosenberg acredita que, quando uma pessoa consegue expressar suas necessidades, há uma chance maior de que elas sejam atendidas.

Pedido

O quarto componente é um pedido bem específico para a pessoa fazer alguma coisa diante da situação exposta. A recomendação do psicólogo é fazer esse pedido em forma de afirmação. 

Vamos trazer aqui um exemplo prático desses quatro elementos identificados no livro de Rosenberg. 

Quem já não perdeu a razão por coisas bobas como uma louça que não foi lavada ou um leite que não foi comprado? Muito de nós, certo? Pois bem, Rosenberg usou uma situação parecida, uma fala de uma mãe com um filho (Roberto), para exemplificar os 4 elementos da CNV no dia a dia. Vejamos a seguir: 

“Roberto, quando eu vejo duas meias sujas debaixo da mesinha e mais três perto da TV (observação), fico irritada (sentimento), porque precisamos deixar nossa casa organizada (necessidades). Você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na lavadora (pedido)?”.

Como praticar a Comunicação Não-Violenta?

Pronto, agora que você já sabe tudo sobre o conceito de comunicação empática, agora chegou a hora de praticá-la! 

Mas antes um recado importante do pai da CNV. Segundo Rosenberg, para usarmos a Comunicação Não Violenta não é preciso que a pessoa com quem estamos conversando saiba o que ela é ou como funciona. 

Portanto, não há mais desculpas para não praticar a CNV. Vamos, então, às dicas de nossos especialistas: 

Ouça com precisão

Ouvir é metade do processo na Comunicação Não Violenta. Use a escuta ativa para ter empatia pelo locutor.  

Em outras palavras, enquanto o outro estiver falando, preste atenção; não tente interpretar ou buscar uma resposta rápida para o que é falado. 

Descreva como você se sente 

Fale de sentimentos, não de problemas. Se você está tentando se fazer ouvir, descreva claramente suas próprias emoções, em vez de suas posições políticas.

Descrever sentimentos de preocupação, medo, desgosto, desânimo, alegria ou confusão são muito úteis, pois a pessoa que está te escutando tende a interpretar melhor sentimentos do que apenas opiniões. 

Identifique as necessidades e pontos comuns 

Agora que você já ouviu ativamente a outra parte, expressou sua opinião de forma certeira, chegou a hora de identificar as necessidades e pontos comuns. Por que isso é relevante? 

Rosenberg descobriu que as conversas, mesmo as mais acirradas, tendem a seguir para uma neutralidade quando as pessoas encontram necessidades e pontos comuns, o que o psicólogo chama de “necessidades humanas que se enquadram”. 

Faça um pedido

A certa altura da conversa, é hora de pedir ações concretas que ajudem a satisfazer uma  ou mais necessidades. Normalmente, esses pedidos surgem organicamente quando ambos os lados estão se conectando abertamente. 

Apenas reforçando que a pergunta tem de ser em um momento de entendimento entre as partes, senão corre de todo esse diálogo [argumentação e possível contra argumentação] ser em vão.  

Depois dessas dicas, experimente praticar a comunicação empática nas próximas conversas que você tiver, especialmente naquelas mais complicadas, que tendem a gerar brigas e conflitos. 

É um bom exercício para se comunicar cada vez melhor, entendendo o que as pessoas querem dizer (mesmo quando elas não conseguem se expressar) e se fazendo entender melhor. Vale a pena tentar!

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